quarta-feira, 5 de abril de 2006

A QUESTÃO DO HUD

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Não podia deixar de destacar mais uma intervenção do Clive Thompson no seu Collision Detection, desta vez sobre a utilidade do HUD nos videojogos, ou a falta dela.

O HUD (Heads Up Display), recorde-se, é a forma pela qual a informação sobre o ambiente que o rodeia é graficamente representada no ecrã. Pode ser a barra que comunica a energia vital que resta ao jogador, os objectos acomodados no inventário, as opções de construção que tem à disposição, o retículo que serve para apontar a arma ou simplesmente a pontuação obtida.

Muitas vezes esta informação é apresentada realisticamente (como o cockpit de um avião ou o habitáculo de um automóvel, ou um capacete num First Person Shooter como Metroid Prime e Star Wars: Republic Commando), mas a maioria das vezes é apresentada apenas como um conjunto de dados, por vezes exaustivos e pesados, como em Age Of Empires 3 ou World Of Warcraft.

Se por um lado o HUD é elemento da interface que facilita a vida ao jogador, mantendo-o informado sobre o que se passa, pode também ser perturbador da imersibilidade e da capacidade do jogador de acreditar no mundo sobre o qual está agir – a chamada suspension of disbelief – especialmente para os jogadores casuais, que não estão receptivos e não compreendem muita da informação veiculada pela interface de um jogo electrónico.

Actualmente verifica-se uma tendência em algum design de jogos no sentido de eliminar do ecrã qualquer informação visual que não faça parte do universo do jogo. De Ico e The Getaway, aos mais recentes King Kong e Fight Night Round 3. Neste último exemplo, um jogo de boxe, a informação sobre o estado de saúde e fadiga dos pugilistas é dada pela alteração visível e extraordinariamente realista das condições físicas dos seus corpos.

Clive Thompson elabora mais sobre este assunto aqui.

E Greg Wilson defende o desaparecimento do HUD no artigo “Off With Their HUDs!: Rethinking the Heads-Up Display in Console Game Design” publicado no Gamasutra, aqui.

O primeiro videojogo a apresentar um "high score" foi Space Invaders, em 1978.