quinta-feira, 13 de abril de 2006

A NOVA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

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A especulação imobiliária já chegou aos jogos electrónicos, através do crescentemente popular jogo online de universo persistente Second Life, que se distingue da maioria das outras propostas “massivamente online” por tentar criar um universo alternativo inspirado na vida real. Aqui, os jogadores, chamados “residentes”, são responsáveis pela construção de uma sociedade virtual, através de ferramentas disponibilizadas pela própria Linden Lab, a empresa autora do jogo. Tudo, desde parques de diversões a castelos medievais, cidades inteiras e criaturas monstruosas, até bens materiais e uma economia própria (que já movimenta milhões de dólares), é criado pela própria comunidade de residentes, que detém a propriedade intelectual das suas criações. Um sistema de reputação em tempo real que permite a cada cidadão avaliar o outro (um pouco como no eBay), eventos sociais e incentivos financeiros criam um estatuto social cujo desenvolvimento ajuda a motivar os participantes. No entanto, os objectivos definidos não existem, dependendo exclusivamente dos desejos dos habitantes. Quase se poderia descrever Second Life como um The Sims Online em open source.

A expressão criativa é total. E a fronteira entre o virtual e o real é cada vez mais diáfana, com empresas reais a quererem participar na construção e animação desta “segunda vida”. Um exemplo aconteceu em 2005 quando o banco norte-americano Wells Fargo decidiu encomendar a alguns residentes de Second Life a construção de uma ilha (no jogo, obviamente) onde os seus clientes mais novos poderiam divertir-se e aprender sobre temas ligados à finança.

Caso curioso mais recente é o de empresas reais que decidem operar na edificação deste tipo de projectos, como qualquer empresa do ramo imobiliário ou da construção o faria na vida real. É o caso da Electric Sheep, uma companhia de Washington que oferece a empresas a “personalização” de pedaços de terra virtual, cobrando pelo serviço cerca de 15 mil dólares (12 mil euros).

Engenheiros e arquitectos virtuais poderão ser uma realidade próxima, assim como mediadoras imobiliárias e a inevitável especulação. E é possível que os actuais sites de empresas dêem lugar a escritórios 3D, construídos em mundos simultaneamente reais e virtuais, como o de Second Life.

A CNET desenvolve mais estes e outros assuntos, num artigo publicado aqui.

SECOND LIFE | ELECTRIC SHEEP | LINDEN LAB