quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

I LOVE A GAME IN UNIFORM

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Um medium vazio de contestação, de dissidência, de obras panfletárias e de manifestos anti ou pró qualquer coisa é uma forma de comunicação rendida, empobrecida e incapaz de provocar a reflexão, o pensamento crítico.

Porque é os jogos electrónicos, ainda especialmente populares nos circuitos underground e junto de uma juventude inquieta, não são usados como veículos de expressão subjectiva? Onde estão os agitadores, os provocadores, os livres-pensadores, os activistas, os esquerdistas, os caricaturistas, o punk, o Crumb?

O Filipe Pina enviou-me um link para o Molleindustria, uma trupe de artistas, designers e programadores italianos com uma agenda política própria, assim anunciada e justificada:

“How did videogames become such a central element of the mediascape? During the second half of the nineties, major entertainment corporations extended their activities in this sector and extinguished or absorbed small producers. Now videogames are an integral part of the global cultural industry, and they are in a strategic position in the ongoing processes of media convergence. These developments inhibit the political and artistic emancipation of this medium: every code line is written for the profit of a big corporation.

One solution: Gamevolution!
We believe that the explosive slogan that spread quickly after the Anti-WTO demostrations in Seattle, "Don't hate the media, become the media," applies to this medium. We can free videogames from the "dictatorship of entertainment", using them instead to describe pressing social needs, and to express our feelings or ideas just as we do in other forms of art. But if we want to express an alternative to dominant forms of gameplay we must rethink game genres, styles and languages. The ideology of a game resides in its rules, in its invisible mechanics, and not only in its narrative parts. That's why a global renewal of this medium will be anything but easy.”
Desde os óbvios ataques a corporações como a McDonald’s a pontos de vista sobre os comportamentos sexuais, há provocações para todos os gostos. Como podem ver aqui.
A BBC entrevista os responsáveis aqui.

Outro exemplo de jogos activistas vem da canadiana Veggie Games. Steer Madness, o jogo que apresentam a concurso no Independent Games Festival (montra privilegiada para este tipo de obras), mete o jogador no couro do vitelo Bryce, acabadinho de escapar ao matadouro. Ganhou um prémio nos Progress Awards da PETA (People For The Ethical Treatment Of Animals).

O Water Cooler Games é um espaço de divulgação do uso dos videojogos na publicidade, na política, no activismo, na educação e noutras esferas para além do entretenimento.

O agora famoso “French Democracy” é um belo exemplo de machinima aplicado ao activismo político e social. O filme, criado a partir do jogo The Movies, mostra os motins que puseram a França a ferro e fogo a partir do olhar virtual de um jovem francês.

Under Ash (e a sua sequela, Under Siege) é a resposta à forma como o Ocidente representa os cidadãos árabes nos seus videojogos – isto é, na ponta da espingarda.
Publicado por uma companhia síria, Under Ash faz o jogador experimentar na primeira pessoa o dia a dia de um palestiniano que combate os colonatos israelitas. O jogo foi desenhado de forma a ser fácil morrer e a não existir qualquer possibilidade de vitória.

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