quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

SEXO NOS VIDEOJOGOS


O sexo será a mais eficaz via de massificação que existe. Curiosamente os produtores de videojogos parecem achar que as litradas de sangue, não de suor e sémen, são uma arma de propaganda melhor.

Em Junho realiza-se a Sex in Video Games Conference. Em São Francisco, claro.

Será a oportunidade para discutir a recente polémica despertada pela Entertainment Software Association (ESA), entidade que organiza a maior feira de videojogos do mundo, a E3 – Electronic Entertainment Expo, que se realiza em Los Angeles.

Todos os anos dezenas de milhares de pessoas deslocam-se ao evento para conhecerem em primeira mão os catálogos de novidades das editoras: estamos a falar de milhares de videojogos expostos durante três escassos dias.

É sabido que, para além da arquitectura dos pavilhões, de celebridades convidadas e dos ensurdecedores decibéis bombeados pelos seus sistemas de som, as editoras presentes no evento usam modelos femininas meio descascadas para chamar a atenção. Táctica misógina para alguns, um meio “colorido” para chamar a atenção de um público maioritariamente masculino para outros, a verdade é que não é nada que não se veja em certames dedicados à indústria automóvel, por exemplo.

Num rasgo de evangélico pudor, a ESA anunciou a proibição das modelaças na E3 – e, já agora, de todos os videojogos que contenham nudez, total ou parcial. O “manual de instruções” distribuído pela organização aos expositores reza assim:

“Material, including live models, conduct that is sexually explicit and/or sexually provocative, including but not limited to nudity, partial nudity and bathing suit bottoms, are prohibited on the Show floor, all common areas, and at any access points to the Show. ESA, in its sole discretion, will determine whether material is acceptable.”
Quem violar esta regra (que, diga-se a verdade, já existia mas nunca foi imposta) passa a estar sujeito a uma reprimenda verbal. Se insistir no comportamento, a ESA ordena o pagamento imediato de uma multa de 5 mil dólares e a expulsão da modelo de todas as vergonhas até que esteja vestida de acordo com o que a dita a decência e a moral.

Uma recomendação à ESA: que tal preocupar-se em assegurar que o evento está de facto à altura do estatuto de feira aberta exclusivamente a profissionais, maiores de 18 anos? É que a cada ano que passa é maior o contigente de menores e de gente que lá vai por puro entretenimento – como aliás demonstra o passatempo “ganha uma viagem à E3” da revista Mega Jogos.

Quem pretender escandalizar-se com as raparigas da E3 – agora rotuladas pela ESA de “material” – pode visitar o site E3 Girls. Mas atenção: a nudez, como toda a gente sabe, pode provocar a cegueira.

Entretanto, e dentro do tema deste post, a editora alemã CDV vai lançar Lula 3D já no dia 10 de Fevereiro. É a oportunidade do jogador poder controlar uma empresária da indústria porno num jogo que, segundo os autores, tem “bouncing boobs technology”, “intense erotic scenes” e “over 50 extremely well-stacked characters more than willing to please” como atractivos. O jogo é muito mau e não há sinais de seios naturais.

SEX IN VIDEO GAMES CONFERENCE | E3 EXPO | E3 GIRLS | LULA 3D