quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

O JORNALISMO DE VIDEOJOGOS É MAU


O jornalismo especializado em videojogos anda debaixo de fogo graças a uma série de artigos que põem em causa a sua honestidade/utilidade/qualidade.

O chefe-de-redacção da revista norte-americana Electronic Gaming Monthly (EGM), Dan Hsu, garante que muitos jornalistas especializados são capazes de colocar totalmente a sua integridade no cepo em troca de compensações editoriais e publicitárias. Leiam aqui.

O designer da Sony Computer Entertainment, David Jaffe (o responsável por God Of War, para a PS2), acusa o jornalismo especializado em videojogos de ser simples, infantil, empobrecido e, por vezes, pretensamente divertido na forma como se limita a analisar formalidades e aspectos técnicos. É, para David Jaffe, um dos responsáveis pela falta de evolução da mentalidade de jogadores e indústria. Segundo o criador, os jornalistas especializados não são capazes de escrever artigos sérios e para as massas. David Jaffe sugere um jornalismo especializado capaz de analisar e interpretar os videojogos e de desafiar, até provocar, os criadores. No fundo, que repita o que a crítica de música e de cinema foi capaz de fazer nos anos 60 e 70 – épocas em que os jornalistas não se limitavam ao seu papel de divulgadores e participavam activamente na construção das artes em causa. Leiam o primeiro artigo aqui e depois aqui. Hei, ele tem toda a razão!

Há mais artigos relacionados com esta questão aqui e aqui.

Existe um manifesto sobre New Game Journalism.

E mais cacetada aqui.

E quanto a Portugal? Bom, quantos países existirão com segmentos de mercado em que quase todas as publicações representam interesses de empresas de distribuição dos produtos que são o objecto do “jornalismo” em questão?